quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Pular amarelinha e agir feito mulher

Vamos lá, você sabe que não vai ser fácil. Ninguém te prometeu que seria igual brincar de amarelinha. Aliás, se até na amarelinha você precisa desviar das pedras no caminho, na vida que não iria ser diferente. Vai ser difícil, mas também não vai ser o fim do mundo. Chegamos em 2.012, mas o mundo não acabou. Respira, conta até três. É que nem machucado quando se é criança, dói, mas sempre tem alguém pra dizer que não foi nada. Além do mais, depois que casar sara. Foi assim que ensinaram a gente, ? Então. Eu diria que sara na hora que o desgraçado parar de enrolar, e de assoprar o machucado, e de colocar um esparadrapo como se resolvesse, e enfim, decidir casar logo de uma vez com você. Ah, mas se não casar, de um jeito ou de outro, acaba sarando, boba. Senão sarar te arrumo uns remedinhos: tenho vodkarivotril, benzedeira, facebook ou celular com crédito. Te dou todos os meios possíveis pra você fazer uma besteira. Fazer besteira é bom nessas horas. Isso tudo aí amargurado, azedo, esmagado tem que sair de algum jeito não tem? Pois então saia, mas saia você de casa, e deixe, lá dentro, trancado as amarguras. Saia, fique tão desnorteada a ponto de não se lembrar quem é. Deixe a dor doer. Vire pro lado, ache o rapaz simpático, diga pra ele que perdeu um amor. Diga que odeia os homens. Durma com ele. Tente se lembrar quem era o moço simpático que deu um de simpático pra no final da noite dar uma. Ria. Cometa de novo essas loucuras sempre que quiser chorar que nem criança. Mas lembre-se: você não é mais uma criança, e chorava só quando era uma menina, agora não. Não mais. Agora você não pode mais agir feito menina. Se quis ser gente grande, agora trate de agir feito mulher. Agora você ignora, dança, bebe, inventa outro amor. Mas não chora mais. Deixa o amor pra depois do Carnaval, quem sabe pras férias de julho. Você ganhou dois convites para aquela balada e não pode perder sua noite revendo fotos de tudo que ficou pra trás. Vá. E quando estiver tocando a música mais brega da noite, te proíbo de pensar “não adianta nada disso, ainda amo ele”. Porque não ama, amor é ilusão de óptica: você o enxerga mas quando pisca ele desaparece. E você não dá bola pra quem pisca e desaparece, não é mesmo? Nem pra quem te chama de gatinha, mina, gostosa. E pior ainda, pra quem nem se esforça e vai de “psiu” mesmo, não é? Então vira a cara pro amor, oferece uma dose de tequila pra ele. Vira o copo. Vira o jogo. Vira a puta. Quando você era a menina, ele escolheu a vadia. Quando você era vadia, você escolheu a vodka. Quando você escolheu a vodka, ele não escolheu você. Mas não importa. Desce mais uma, e duas, e três. Quem sabe na quarta você não se lembre quem é você, e não se lembre da parte de você que está com ele, e não se lembre dele, e acabe a noite feliz.

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